terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Além da Terra



Não deixes nunca que as palavras tuas,
Espalhem o fel que a tua dor destila,
Propagando a tristeza que desfila,
Neste palco da vida em que atuas.

Transformes este fel em gotas d'água,
Para lavares o teu desencanto,
Porque não curarás dores com pranto
E pranto algum enxugarás com a mágoa.

Na tumba do que foi, jaz o passado...
Não enterres lá, do hoje, as chances tidas,
Que o parto da manhã é ignorado.

Não reclames da dor que o mundo encerra:
Se aqui gotas de fel são ingeridas,
Há fontes de água pura além da Terra.

(Sá de Freitas)

Um comentário:

  1. Um mimo pra vc aki no Cantinho Poético...venha buscá lo.....

    Beijos.........M@ria

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