segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

GRITO DA ÁGUIA


Fecha o firo
Em versos clamados,
Assim como em haste,
Amor perdido no horizonte.

A fonte bravia busca,
Qual cria sem jeito,
Pega no peito,
Como recém-nascido.

Eis que sucumbe amor intermitente,
Na procura do ser amado.
Mas a natureza é escrava
Dos desejos do homem.

Na fome, julga
Matá-la com um copo d'água,
Mas o coração repleto de mágoa
A fazia distante,
Tem sede.

Como o grito da águia,
Na solidão dos meses,
Repõe suas garras,
Suas penas,
Seu bico.
Suporta mais trinta anos,
Porte perfeito.

Lyra, Regina. Entre_Nós. João Pessoa: Ed. Universitária (UFPB), 2008.

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