Prazos vencidos
Papéis esmaecidos
Em armários esquecidos
Em algum lugar dentro de mim
Em algum lugar do passado
Deixar depositado
O enredo inacabado
Que já não serve para mim
Esgotar todos os medos
E ouvir os meus segredos
Que gritam para ter fim
Deixar a luz da aurora
Trancada do lado de fora
E partir Em busca de luz própria
A folha transparente
Que me envolve
Em laços corroídos
E presentear aberta
Ao perfume do jasmim
Dizer que não vejo a hora
De ser a fome que te devora
De me amoldar à forma
Que te contorna
De ter você perto de mim
Um ciclo que se abre
Um ciclo que se fecha
Numa gaveta pregressa
Vou me perdendo de mim
Autoria-Maria Valéria Revoredo